sábado, 11 de abril de 2009

O Menor Casal do Mundo


Era o ano de 1946, quando chegou a Palmeira dos Índios duas crianças, que iriam se tornar num grande fenômeno genético, principalmente, o menino. Tudo começou no distrito de Santo Antônio, antigo Gavião, povoado localizado a poucos quilômetros da sede do município, quando nascia, em 1943, a criança Manoel Antônio da Silva, filho legítimo de João Antônio da Silva e Mercedes Maria da Conceição. Ele foi batizado no dia 23 de outubro de 1943, pelo vigário Francisco Xavier de Macedo, na Igreja Matriz de Nossa Senhora do Amparo, sendo seus padrinhos Valdemar Correia dos Santos e Amália Maria da Conceição.
O palmeirense José Ferreira Mendes (Zé Mendes Preto), famoso barbeiro do município e caçador inveterado, quando tomou conhecimento da existência desta criança, foi até a casa dele, para conhecê-los e qual não foi a sua surpresa, ao chegar, descobriu que existia Maria da Silva, uma irmã do fenômeno, que tinha as mesmas características de seu irmão. Lá constatou a pobreza daquele lar. Penalizado, prometeu criá-los como se seus fossem.
Depois de muita conversa, conseguiu convencer seus pais de seus objetivos e os trouxe para sua residência. Viraram, rapidamente, umas grandes atrações na cidade, principalmente entre a garotada. Todos ficaram pasmos. Maria faleceu logo e pouco ou quase nada foi descoberto sobre a sua vida.

Lembro-me, perfeitamente bem, quando saía da saudosa casa de meus avós Seu Zé Passos e D. Zenaide em demanda a Praça da Independência e ao passar diante do solar dos Mendes, situado na parte alta deste logradouro, onde começa a Rua Moreira e Silva, lá estava ele na varanda e o seu inseparável chapéu de couro, admirando a movimentação do comércio de Palmeira dos Índios. Quando a criançada, ao passar por ele o cumprimentava pelo nome (Boa Tarde, seu Manoel), ele imediatamente respondia com educação ao cumprimento, mas quando o chamava de "Manézinho" referindo ao seu tamanho, ele virava o homem mais pornográfico do mundo. Era palavrão de todo tamanho. Se minha querida genitora fosse atender o fenômeno, não sei onde estaria.
Manézinho não era um anão, mas sim um homem miniatura. Ele era todo proporcional, apenas atrofiado. O diminutivo de seu nome, que para alguns, é sinal de carinho, para ele significava zombaria, evidentemente se referindo ao seu tamanho diminutivo. Ele era uma coisa inacreditável
Em 1964, quando o país conheceu uma das páginas mais negras de sua história, Manézinho completou a maioridade. Como bom brasileiro, apresentou-se no 20 BC, em Maceió, para servir a gloriosa Forças Armadas. Resultado foi dispensado por não atingir os pré-requisitos básicos ao soldado brasileiro.
No seu certificado de reservista, assinado pelo Tenente-Coronel Renaldo Paiva Rosa e Silva, no dia 30 de dezembro de 1964, consta: O jovem Manoel era analfabeto e tinha a profissão de servente. Media apenas 64 centímetros e possuía a pela parda. Seus cabelos e olhos eram castanhos. Tinha o nariz reto, rosto ovalado, boca regular e não apresentava nenhum sinal particular (Deve ter sido uma piada do militar). Manézinho faleceu em 1967, quando tinha 24 nos de idade. O ET do Sistema Brasileiro de Televisão lembra, muito de longe, o nosso garoto, só que ele era muito mais perfeito do que esse ator.

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