quinta-feira, 24 de novembro de 2011
Trabalho e Idade
Parece que faz pouco tempo que as pessoas se deram conta de algo inevitável: todos envelhecem. A diferença é que antigamente as pessoas mais velhas apenas se aposentavam e tudo ficava bem. A vida, porém, hoje se prolonga a passos firmes e fortes. Antigamente raros eram aqueles que chegavam aos cem anos. Hoje é comum. Ter cinqüenta anos hoje, por exemplo, é estar na metade da vida.
Ontem vi um filme cujo protagonista dizia ser de meia idade; ele tinha apenas trinta anos. O filme não era velho, mas o conceito de meia idade está mudando a cada dia em função da melhoria de vida. Se a vida está mais longa é natural que o mundo esteja se tornando também um local de gente mais velha. Antes o que valia era ser jovem. O mundo inalava juventude e o jovem parecia ser aquilo que ditava as regras. Era preciso se vestir como jovem, falar como jovem, e ter opinião de jovem. Agora a coisa mudou visivelmente, e é comum vermos, por exemplo, senhoras e senhores de cabelos grisalhos dirigindo seus automóveis pelas ruas de São Paulo. Ou ainda, fazendo corridas ou freqüentando academias. Os mais velhos estão em todos os lugares, e esbanjando vida.
Os países civilizados de certa forma se prepararam para este envelhecimento do mundo. Se o mundo está envelhecendo, pensar ou repensar o papel produtivo parece que é algo natural e até uma simples conseqüência, mas não é bem assim que a coisa ocorre. Pelo menos por aqui, na nossa terra tropical. Por aqui, ainda o modelo de contratação, por exemplo, segue os parâmetros da juventude. É comum e triste vermos vagas empresariais com restrições de idade. Muitas empresas tentam driblar a lei não colocando idades restritivas nas vagas, mas barrando os candidatos mais velhos no momento da seleção. Continuam a burlar a Constituição Brasileira, que é muito clara quanto à questão do preconceito, seja ele o referente à idade, como também ao sexo, cor e religião. Esta “burlada da lei” acaba deixando gente talentosa, mas com mais idade, fora do campo produtivo. Quem tem hoje cinqüenta anos, por exemplo, terá mais cinqüenta anos produtivos à sua frente. E o que fará neste tempo?
Uma boa opção é reciclar-se sempre. Aprender faz bem à saúde mental. Mas para fazê-lo é necessário dinheiro e um espírito de ferro para lidar com preconceitos existentes por parte daqueles que barram estas pessoas no mercado de trabalho.
Ministro vários cursos, dentre eles os cursos de ferramental de recursos humanos, e tenho ficado perplexa, para não dizer absolutamente pasma, ao verificar em todas as dramatizações (meus cursos são práticos) que no momento de confeccionar o perfil junto ao cliente as perguntas preconceituosas advêm da área de RH. Justamente aqueles que deveriam estar “ampliando percepções”, como disse uma vez uma estagiária que tive, ao invés de fomentá-las. Os RHs são os primeiros a perguntar aos clientes dados sobre idade, sexo e até religião. Quando lhes chamo a atenção para o fato nos cursos, ouço sempre as mesmas respostas esfarrapadas e devolvo que O cliente é quem deve manifestar os seus preconceitos, mas jamais ser persuadido por RH para tê-los!
Há muitos e muitos anos trabalhei na área de seleção de uma grande instituição bancária, e lembro de uma vaga em particular. O diretor do banco que era francês e queria uma secretária com vivência na França, em função da cultura e de outros requisitos. Uma vaga difícil. E fiquei muito feliz quando me deparei na triagem com uma linda negra de turbante e jeito sofisticado, que mostrou preencher todos os dados do perfil delineado pelo diretor. Entusiasmada, fui correndo dizer à minha chefe que havia encontrado a candidata. Ela apenas me perguntou quem era. Mostrei-lhe discretamente a moça. Ela não me perguntou nada à respeito de seus requisitos profissionais; apenas pegou a ficha da candidata de minha mão e colocou um sinal, que eu não entendi a princípio. Era uma espécie de código que, descobri depois, servia para dar retorno negativo a pessoas negras. O mesmo sinal era usado para candidatos homossexuais, mulheres e pessoas que não cabiam no perfil nazista desta supervisora, que encheu o banco de gente com cabelos claros e de olhos azuis.
Apesar de o evento ter ocorrido há mais de vinte anos, eu nunca o esqueci. E hoje não douro a pílula e nem serei hipócrita ao afirmar que as empresas têm preconceito contra gente mais velha. Em centenas de cursos que já ministrei, vi se repetir aquilo que chamo de fenômeno da área de RH: tem medo de perder os seus empregos e na hora “H” não se poupa em manter preconceitos junto ao cliente, mas responde a pesquisas afirmando que contrataria uma pessoa com mais idade. Dizer "sim" a pesquisas e "não" para candidatos me parece mais uma maneira de ficar “bem na fita”, ao invés de encarar os próprios preconceitos.
A pessoa mais produtiva e descolada para quem eu tive a grande oportunidade de prestar serviço em minha vida tinha 81 anos de idade. Todos os dias o Sr. Domingues ia trabalhar, dando consultoria na empresa que trabalhei, a Dinap do Grupo Abril. Ele não temia nada e nem ninguém. Possuía dois ingredientes importantes: Sabedoria e coragem. Aprendi muito com ele.
Hoje ele deve estar dando consultoria lá no céu, já que morreu há algum tempo.
Sabedoria e experiência são duas coisas que não se aprendem em nenhum curso. Elas chegam apenas com o tempo e com o real significado que damos a cada uma delas.
Quando as empresas não temerão estas duas essenciais competências?
Alguns dados interessantes retirados do livro “Vivendo, Amando e Aprendendo” de Léo Buscaglia:
“...E depois essas idéias malucas e autodestruidoras sobre a idade! Sabe, já comentei que era triste estarmos numa sociedade que realmente põe a idade num lugar tão estranho. Como, de repente, quando você chega a uma certa idade mágica, não presta mais para nada....Você quer usar um vestido de lantejoulas vermelhas aos 87 anos e tingir os cabelos de roxo? E andar de patins? Pois faça isso! Sabe, detesto termos como “ancião”. É melhor ser chamado homem, melhor ser chamada mulher, pois é isso que são. Nós nos esquecemos de que gente como Galileu, escreveu seu último livro aos 74 anos...Miguel Ângelo tinha 71 anos quando foi nomeado supervisor da Capela Sistina...Duke Ellington foi rejeitado pela Comissão do prêmio Pulitzer aos 66 anos, e disse: “Bem, Deus não quis que eu ficasse famoso demais ainda muito jovem.”...Susan B. Anthony, foi presidente das Feministas até os 80 anos, e andava pela rua batendo no tambor. Foi presa aos 52 anos, por votar. Foi à cabine e disse: “Quero votar. O que é isso, mulher não vota?”Teve uma nova experiência: a cadeia!... George Bernard Shaw fraturou a perna aos 96 anos. E sabem como foi: Caiu da árvore que estava podando...”
Fonte: http://www.portalcafebrasil.com.br/iscas-intelectuais/trabalho-e-comportamento/profissao/trabalho-e-idade
A Palmeirada é sucesso no facebook
O uso das redes sociais virou “febre” entre os internautas, que aproveitam para fazer novos e rever velhos amigos através da internet.
No Facebook - rede social que mais cresce no mundo- foi criado um grupo denominado de A Palmeirada, idéia do cineasta palmeirense Herbert Torres, que a cada dia, vem ganhando novos participantes, atualmente cerca de 1.200 membros.
A Palmeirada é um grupo de pessoas nascidas ou não em Palmeira dos Índios, que tenham vínculos com nosso município, que se reúnem em uma sala no mundo virtual, para rever amigos, resgatar a cultura, debater fatos históricos, problemas e soluções, resgatar a nossa história através de fotos e vídeos.
A participação em A Palmeirada é livre, participam escritores, professores, empresários, artistas plásticos, diretores culturais, políticos, profissionais liberais, enfim, um espaço aberto para expressar suas idéias, dando sua contribuição para o engrandecimento do município, fazer e rever amigos.
https://www.facebook.com/groups/233201173367895/
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