sábado, 28 de março de 2009
LEI DA GRAVIDADE
Este personagem é palmeirense da gema, nascido no dia 23 de agosto de 1918. Era filho de Francisco Pinto Pimentel e de dona Adelina Pimentel, cuja prole era composta de 23 filhos. Seu pai, Chico Pinto, como era mais conhecido, foi o maior curandeiro de Palmeira dos Índios, numa época em que não se tinha médico. A sua sabedoria e o conhecimento das ervas medicinais salvaram muita gente. Foi o responsável pela direção do Hospital de São Vicente de Paula, localizado ao lado da Igreja Matriz (Antiga Rua Levanta a Sai e atual Rua Dom Bosco), com quatro leitos apenas.
Minervo por ser filho do "médico" da cidade, gozava de prestígio, tanto na Escola, quanto entre seus amigos. Saia sempre com seu pai à procura de ervas espalhadas pelas matas que circulavam a cidade. Quando não estava ajudando seu pai ou brincando com a sua turma, o nosso personagem estava estudando na Escola da Professora Sinhazinha.
Quando adentrou na adolescência conseguiu uma vaga estafeta na Empresa dos Correios e Telégrafos. O pouco que ganhava entregava a sua mãe para ajuda-la nas despesas da casa. Era comum vê-lo correndo pelas ruas esburacadas e lamacentas da cidade, assobiando ou cantarolando para levar os telegramas. Quando o telegrama era para a zona rural, lá ia ele montado em um animal, debaixo de sol ou chuva, cumprir a sua tarefa.
Com apenas 12 anos de idade, foi trabalhar na padaria do seu irmão instalada no Recife/PE. No início da década de quarenta, retornou a Palmeira dos Índios onde conheceu a pernambucana Maria de Lourdes Galindo, funcionária da Casa Marília, de propriedade de Aristeu Teixeira Cavalcanti, com quem namorou e se casou em 1943. Desta união nasceram cinco filhos: Francisco, Aparecida, Fernando, Flávio e Adelina.
Em 1969, Minervo se candidatar a prefeito, tendo como vice o tabelião Luiz Fernando de Barros, sagrando-se vitorioso desta vez, cujo mandato foi de 1970 a 1973. Demonstrou ser um grande líder político. Em sua campanha adotou o slogan "Com Deus e o Povo". Nessa vitória ele foi ovacionado pela população e carregado nos ombros dos palmeirenses. Soube como ninguém derrotar as oligarquias políticas do município.
Aconteceu um fato em sua administração, que foi notícia mundial. A Casal, empresa estatal que cuidava o serviço de abastecimento de água potável, decidiu ampliar o sistema em Palmeira dos Índios, que já estava arcaico e parte da tubulação era de cano de barro e não estava mais agüentando a pressão da água. Mas, para melhor distribuição do precioso líquido, era necessária a construção de dois reservatórios. Foi aí que começou a questão: Os técnicos alegavam que era melhor construir os referidos reservatórios no alto do bairro da Boa Vista, pois, disseram, a água desceria por gravidade, segundo a "Lei" instituída por Isaac Newton, e os custos seriam menores.
Minervo gritou: "Esperem um instante. O prefeito desta cidade é eu e não admito que seja aplicada outra "Lei" em Palmeira dos Índios, que não seja a aprovada pelos meus vereadores e sancionada por mim". Resultado, os reservatórios foram construídos na parte baixa, mais precisamente na Rua Manoel Gomes, antiga Rua da Pitombeira.
Minervo Fernandes Pimentel faleceu no dia 10 de dezembro de 1977 em Palmeira dos Índios e seus restos mortais estão sepultados no Cemitério São Gonçalo.
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