sábado, 27 de dezembro de 2008

FAMÍLIA


Desde que eu era criança e até meus 30 anos de idade mais ou menos, todo Natal era especial. Meus avós, seu José Passos e Dona Zenaide
faziam questão de reunir a família, lá em palmeira dos Índios, durante as festas de final de ano. Era uma grande bagunça, entre vinte e trinta pessoas nos almoços e
jantares festivos, com a ceia, os bate-papos, a entrega dos presentes, Era uma grande farra.

Eu ficava fascinado vendo aquele monte de tios e tias trabalhando para a festa. A Vó Zenaide com a Zefinha matando a galinha, a feitura das comidas e sobremesas, os quartos da casa da Moreira e Silva nº 146, o quintal, a porta da frente, pena que aquela casa que não existe mais. Era uma grande festa que durava pelo menos dois dias: do jantar do dia 24 para o almoço do dia 25. E emendando com o dia 31, claro!

Mas um dia Vô Zé Passos morreu. E depois a Vó Zenaide se foi. Sem os dois para servir como nosso Norte, como os elementos de atração,
como a autoridade que todos respeitávamos, cada um foi para seu canto e nunca mais a família se reuniu. Eventualmente nos encontramos num churrasco ou em alguma ocasião especial, um casamento, mas é só. Nunca mais aquela festa.

Essa deve ser a dinâmica natural das famílias, não é? Com a morte dos avós, a família desagrega e forma outros núcleos, aonde novos avós vão
se tornar o centro das reuniões e assim vai de geração em geração.

Mas será?
Muitas pesquisas já demonstraram que estamos muito melhor que nossos pais e avós estavam quando tinham nossas idades. Se você comparar
um pobre de hoje com um rico da Idade Média verá que temos uma condição de vida infinitamente melhor em termos de conforto, expectativa de vida, acesso à cultura e educação. Esse "estar melhor" quer dizer que deveríamos ter mais tempo e mais dinheiro para investir nos momentos de reunir a família e os amigos, não é?
Mas aquelas festas generosas parece que não existem mais. Ninguém tem mais saco de enfrentar as horas e mais horas de cozinha, a tonelada
de louça, as roupas de cama e toalhas para lavar depois. Ninguém mais quer encarar incômodos. Estamos ocupados demais, cansados demais, apressados demais...

Estamos perdendo tempo passando menos tempo com os amigos, freqüentamos menos clubes, dedicamos horas e horas à televisão (e agora internet) e recebemos pela
mídia uma carga diária de catástrofes que nos transformam em indivíduos medrosos, descrentes e desconfiados.


E é então que o Vô Zé Passos e a Vó Zenaide fazem uma tremenda falta.

Pois quer saber? Tá na hora de alguém assumir o lugar deles.


Marcos Lima (Inspirado em um texto do Luciano Pires)

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Brincadeira de Criança

Quem lembra??
Lembrei-me dos versos da brincadeira de criança, era mais ou menos assim, um falava e o outro respondia:

“ Hoje é sábado, pé de quiabo
Amanhã é domingo, pé de cachimbo
O cachimbo é de ouro, que dá no touro
O touro é valente e dá no tenente
O tenente é fraco e cai no buraco
O buraco é fundo do tamanho do mundo!”

sábado, 13 de dezembro de 2008

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

ENCHENTE EM SANTA CATARINA


Diante da catástrofe que se abateu sobre parte de Santa Catarina, muitas questões, perguntas, surgem! Por que, sobretudo tantas mortes? Resposta rápida coloca a responsabilidade nas intensas e torrenciais chuvas que caíram sobre essa Região! Mas, além das chuvas, precisamos buscar, mais profundamente, outras causas de tantos desmoronamentos, mortes, feridos e desabrigados! Fiquemos em Blumenau, onde tantas mortes aconteceram, casas foram destruídas, arrozais e outras plantações comprometidas, ruas, estradas obstruídas, e perguntemos em denúncia – colaboração:

1. Onde está o planejamento urbano preventivo? Nas chuvas, não ficamos olhando para o RIO ITAJAÍ, assombrados, ainda pelas enchentes de 1983 e 84, esquecidos de nos ocupar com os morros e encostas? (Tivemos enxurradas generalizadas, enchentes em Navegantes, mas o desastre maior desceu dos morros).

2. Qual a atenção que se dá, nos planejamentos municipais, à Defesa Civil?

3. Quais são os estudos sérios, abalizados, sobre a qualidade do solo e sua ocupação?

4. Por que as encostas dos morros são chanfradas e os barrancos não recebem tratamento adequado? Onde e como estão os muros de arrimo?

5. Por que o Poder Público se curva diante dos interesses da exploração imobiliária?

6. Por que locais condenados à habitação por estudos feitos há 25 anos, por exemplo no morro Coripós, continuaram habitados, com o Poder Público conivente, a cobrar dos moradores, imposto e taxas de água, luz?

7. Por que o caminho das águas que descem dos morros não é respeitado e sua vazão não é prevista?

8. Por que, em muitos locais o pinus e o eucalipto imperam (região do Baú), a serviço do interesse de serrarias?

9. Qual é a segurança efetiva que é oferecida à população que vive ao lado do gasoduto que corta a Região e acabou explodindo em Belchior, Gaspar?

10. Por que os Municípios não têm sério plano habitacional contemplando, de maneira especial, os pobres, os menos favorecidos economicamente falando?

11. Por que há tanto esmero em maquiar a cidade e não há atendimento solucionador de seus problemas básicos?

12. Por que não acordamos diante da urgente necessidade de respeitar o meio ambiente, o planeta terra – nossa casa comum?

Estas e outras urgentes questões precisam ser consideradas, debatidas, passados os momentos emergenciais que mobilizaram IGREJAS, Prefeituras, Exército, Corpo de Bombeiros e centenas de abnegados voluntários.

Diante do imenso mar de água – lama – dor – lágrimas – mortes, passados os primeiros momentos, em que maravilhosa rede de solidariedade nos envolve, é chegado o momento da reconstrução alicerçada na descoberta das causas profundas da catástrofe e das soluções que se fazem necessárias! E estejamos alertas, a prioridade urgente reside na construção de moradia para os que perderam sua casa!

Que Deus nos ilumine, encoraje a todos nesta hora marcada por fé, esperança e solidariedade!

Dom Angélico Sândalo Bernardino

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

FÉ NO LUGAR DAS DROGAS


ByLailson Santos

O fluminense Róbson Alves, 32 anos, é superintendente de eventos no braço paulistano da Canção Nova. Antes, foi líder de torcida organizada de futebol no Rio de Janeiro e usava drogas. "Procurava me satisfazer com sexo, baladas e bebida, mas, quando colocava a cabeça no travesseiro, só sentia um grande vazio", afirma. Hoje, em vez de lotar ônibus com torcedores para ir ao Maracanã, Alves os atrai para as missas e shows católicos que promove. "Eu buscava o amor que me preencheria nas coisas erradas", diz.
http://veja.abril.com.br/031208/p_084.shtml